Um pouco sobre químicos...

"QUÍMICO não come, combina: proteína+carboidrato+vitamina.
QUÍMICO não cheira, faz cromatografia nasal.
QUÍMICO não saliva, secreta enzimas.
QUÍMICO não respira, quebra carboidratos.
QUÍMICO não bebe, testa a qualidade.
QUÍMICO não olha, analisa.
QUÍMICO não elogia, calcula rendimentos.
QUÍMICO não descreve, faz fluxogramas.
QUÍMICO não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.
QUÍMICO não facilita discussões, catalisa substratos.
QUÍMICO não admite algo sem resposta, analisa a reação.
QUÍMICO não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
QUÍMICO não pensa, tem reações neuroeletroquímicas.
QUÍMICO não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
QUÍMICO não chora, produz secreções lacrimais de alto teor salino.
QUÍMICO não espera retorno de chamadas, espera feedbacks.
QUÍMICO não se apaixona, sofre reações químicas.
QUÍMICO não morre, somente deixa de reagir."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tristeza e incerteza

Belo dia, é hora de acordar nosso filhinho para ir à escola, pois ensinamos a eles que a escola é fundamental e que não podem faltar, estudar é tudo na vida de uma pessoa e para ser alguém, o estudo é indispensável.
Ele levanta, arruma-se, toma o café, despede-se e vai, afinal de contas ele sabe o quanto é importante para a vida dele. 
Chego a escola, cumprimento os colegas, a professora e espero, ansioso uma palestra. Em meio a uma aula, entra um rapaz e agita a sala; no meio da confusão, sangue, muito sangue e amigos no chão. Correria, desespero, não é uma arma de brinquedo, é de verdade, fere e mata. Mas... Minha mãe sempre falou que a escola é segura e que não preciso ter receio de estar lá. Por que? Sei lá, é melhor correr para não sangrar também. Ninguém avisou para esse rapaz que estamos aqui para estudar, não somos marginais e que o que ele faz não está certo.
Foram adolescentes mortos, meninas e meninos que não puderam defender-se. Outros feridos, conseguiram escapar por muito pouco, mas o que ninguém tirará da vida desses adolescentes é o trauma; o que passaram nunca passará. Ver os amigos no chão e muitos não ver os amigos no chão por quererem escapar, ficar com o pensamento de que não ficaram para ajudar; nada apagará a memória de tantos jovens que ficarão com sequelas físicas e mentais do que aconteceu. Mas por que na escola? Por que na minha escola? Por que o meu melhor amigo? Não deveria ter acontecido!
Realmente não deveria ter acontecido, mas aconteceu e essa é a nossa realidade, a realidade do nosso país. A violência está cada dia pior, assaltos, mortes banais, tragédias, meninas, crianças, mulheres, idosos, não tem idade, sexo, crença ou classe social; todos estão em risco. A impunidade é tão grande que permite que meninos de 17 anos matem e continuem matando por serem menores, menores que sabem matar. 
Esse rapaz WELLINGTON de 24 anos que matou tantos adolescentes em Realengo, não era doente mental, poderia até ter sofrido preconceito na escola, ou em qualquer lugar, mas isso não faz dele menos assassino. Não foi porque ele deixou uma carta pedindo perdão a Deus pelo que iria fazer, que ele é bom, claro que não; afinal de contas se ele estivesse arrependido de ato que ainda iria cometer, ele não o faria. Não era religiosidade, ou insanidade, mas sim... uma pessoa que vive em um país repleto de violência e que ninguém resolve. O que falta para acontecer uma revisão total nas leis, na constituição e na vida dos brasileiros?! Nossas crianças querem viver, querem brincar na porta de casa e não podem, querem ir à escola e voltar bem. Querem ser alguém!
Não dá pra calar enquanto tantos riem da nossa cara por estarmos presos, com medo e sem poder fazer nada. 
Espero que meu filho consiga viver em um Brasil mais digno, e que meus netos possam brincar na rua, pois meu filho brinca no tapete da sala para não correr riscos.

LUTO por aqueles vitimados no Rio Janeiro e muita força para os que conseguiram sobreviver.

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